Ubajara nut-cracking sites mapping

We began the year of 2024 with the publication of a paper by Neoprego team describing the nut-cracking sites at Ubajara National Park, as part of the CapCult project.

We produced a short video explanining the results!

The open access paper Mapping nut-cracking in a new population of wild capuchin monkeys (Sapajus libidinosus) at Ubajara National Park, Brazil  is available here: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajp.23595


Reference

Falótico, T., Valença, T., Verderane, M. P., Santana, B. C., & Sirianni, G. (2024). Mapping nut-cracking in a new population of wild capuchin monkeys (Sapajus libidinosus) at Ubajara National Park, Brazil. American Journal of Primatology, e23595. https://doi.org/10.1002/ajp.23595

[Agência FAPESP] Herança cultural pode influenciar a escolha de ferramentas por macacos-prego

Notícia publicada na Agência FAPESP em novembro/2022 sobre as pesquisas do projeto CapCult, que é desenvolvido por alguns dos nossos membros.

English version.

Macaco-prego com um fruto de babaçu: alimento de casca dura precisa ser quebrado com ferramenta de pedra, uma inovação que nem todas as populações do gênero adotaram (foto: Tiago Falótico/EACH-USP)

André Julião | Agência FAPESP – Os macacos-prego são alguns dos poucos primatas a utilizar ferramentas no dia a dia. Um dos principais usos no Cerrado e na Caatinga são os martelos e bigornas de pedra, que servem para quebrar a casca de alimentos duros, como as vagens do jatobá e a castanha-de-caju.

Em estudo publicado na revista Scientific Reports, pesquisadores brasileiros mostraram que a correlação entre a dureza dos alimentos e o tamanho das ferramentas nem sempre é precisa como se pensava.

Ao observar três populações brasileiras de macacos-prego da espécie Sapajus libidinosus e medir a resistência dos recursos, o tamanho e peso das ferramentas usadas e a disponibilidade de pedras no local, os cientistas concluíram que a cultura do grupo – informação mantida ao longo de gerações por aprendizado social – também pode influenciar a escolha.

“Em uma das três populações analisadas, mesmo quando possuem pedras mais adequadas para determinado recurso, eles podem usar ferramentas desproporcionalmente pesadas, o que pode indicar um traço cultural daquele grupo”, explica Tiago Falótico, pesquisador da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) apoiado pela FAPESP.

A população a que o pesquisador se refere vive no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. A comparação se deu com outras duas, residentes no Piauí: no Parque Nacional Serra das Confusões e no Parque Nacional Serra da Capivara, distantes 100 quilômetros um do outro.

As ferramentas, no caso, referem-se a pedaços de rocha quartzito e arenito encontrados em locais conhecidos como sítios de quebra. Os animais frequentam esses lugares exclusivamente para ter acesso a esses martelos e bigornas. Os primeiros são batidos pelos macacos contra os alimentos, que ficam apoiados nas bigornas.

“Na Serra das Confusões, quando quebram frutos pequenos e menos resistentes, os macacos-prego usam ferramentas menores. Quando precisam abrir cocos maiores e duros, usam martelos grandes e pesados. Na Chapada dos Veadeiros, mesmo tendo variedade de ferramentas, eles usam as mais pesadas mesmo para alimentos mais frágeis”, conta o pesquisador.

Não por acaso, foi na Chapada dos Veadeiros que os pesquisadores registraram o maior peso já levantado por macacos-prego. Um indivíduo desses pequenos primatas, que têm 3,5 quilos em média (machos adultos), foi filmado erguendo um martelo de 4,65 quilos. “São verdadeiros halterofilistas”, nota Falótico.

Medições

Os resultados são fruto de um trabalho minucioso. Nos três locais onde vivem as populações de macacos-prego estudadas foram documentados os alimentos mais encontrados nos sítios de quebra, como coco do babaçu, jatobá, castanha-de-caju e semente de maniçoba (um parente próximo da mandioca).

Foi documentada ainda a disponibilidade de pedras, além do tamanho e o peso das ferramentas encontradas. Com um aparelho especial, os pesquisadores mediram ainda a resistência de cada alimento encontrado. Por fim, observaram e filmaram como os macacos de cada uma das populações utilizavam as ferramentas com determinados alimentos.

“Esperávamos encontrar uma correlação muito direta entre o tamanho e peso da ferramenta e o alimento, mas a população da Chapada dos Veadeiros, que tem uma grande disponibilidade de rochas e poderia escolher maiores ou menores, usa predominantemente as maiores. Esse comportamento é provavelmente herdado dos antepassados, uma diferenciação cultural das outras populações”, afirma Falótico.

Outra amostra de que os macacos têm aprendizado cultural é que, em outras regiões do Brasil, como na Serra de Itabaiana, em Sergipe, e na Chapada Diamantina, na Bahia, também há macacos-prego do mesmo gênero, pedras e os mesmos frutos disponíveis. No entanto, não há sítios de quebra e, portanto, o comportamento de abrir os frutos para comer. Já na Serra das Confusões, os macacos quebram vários alimentos, menos a castanha-de-caju, ainda que esta seja abundante.

“Não é só a disponibilidade ou a escassez de recursos que define a ocorrência do comportamento, mas a herança cultural”, diz.

Os pesquisadores agora realizam análises genéticas das três populações para verificar se as diferenças culturais podem ser detectadas no genoma.

O trabalho teve apoio da FAPESP também por meio de bolsa concedida a Tatiane Valença na EACH-USP.

Caminhos do homem

Em outro trabalho, publicado no Journal of Human Evolution, Falótico e um time de arqueólogos da Espanha, Alemanha e do Reino Unido analisaram, em um experimento de campo, a formação de lascas de pedra pelos macacos-prego quando usavam diferentes tipos de rocha como bigorna.

Na natureza, os fragmentos são formados quando esses primatas batem uma pedra na outra para utilizar o pó produzido para passar no corpo e nos dentes. Não se sabe para que os macacos-prego usam esse produto, mas os pesquisadores acreditam que ele possa ter efeito contra parasitas. No experimento, a fragmentação das bigornas de material mais homogêneo também criou esses tipos de lascas.

As lascas, contudo, não são usadas pelos macacos, embora muito parecidas com as ferramentas líticas encontradas em sítios arqueológicos de várias partes do mundo. A hipótese dos pesquisadores é de que, antes de criarem lascas intencionalmente para usar como ferramentas, os primeiros seres humanos as obtiveram por acidente.

“Da mesma forma, em tese, os macacos-prego podem passar a usar lascas no futuro, caso um indivíduo inovador comece a usar e os outros aprendam observando. Por isso, esses primatas podem ser um modelo para entender a evolução humana”, aponta o brasileiro.

Em um trabalho anterior, o grupo mostrou como as ferramentas líticas usadas pela população de macacos-prego da Serra da Capivara ganham marcas específicas de acordo com o uso (leia mais em: agencia.fapesp.br/35137/).

A comparação das marcas nas ferramentas dos macacos com as dos hominídeos pode ajudar a desvendar como os primeiros humanos usavam esses instrumentos líticos. Com isso, os macacos-prego brasileiros abrem caminho para que se conheça melhor nossos antepassados.

O artigo Stone tools differences across three capuchin monkey populations: food’s physical properties, ecology, and culture está disponível em acesso aberto no link: www.nature.com/articles/s41598-022-18661-3.

E o estudo A primate model for the origin of flake technology pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0047248422001105.
 


Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Interações primatas

Alguns dos nossos pesquisadores acabam de publicar um estudo sobre as interações dos macacos-prego (Sapajus sp) com outros primatas em 3 áreas de estudo.

O trabalho foi publicado na revista Primates e descreve o que acontece quando macacos de espécies diferentes se encontram. Eles brigam, fogem, se ignoram?

Esse estudo foi feito com dados de 3 populações diferentes. Ciência é um trabalho colaborativo, especialmente para entender comportamentos mais raros, como essas interações. Juntos conseguimos resultados melhores!

Foram registrados interações dos macacos-prego (Sapajus libidinosus e S. nigritus) com 3 outros primatas: saguis (Callithrix), muriquis (Brachyteles) e bugios (Alouatta)

As interações com saguis foram raras e neutras. Os macacos-prego normalmente ignoram os saguis e estes ativamente evitam os macacos-prego.

Já os muriquis, bem maiores que os macacos-prego, são normalmente evitados ou ignorados pelos pregos.

As interação agressivas mais frequentes foram contra os pobres bugios, principalmente nas populações do nordeste! Os macacos-prego (normalmente juvenis) perseguiam e agrediam jovens bugios, mas sem acabar em predação. Um comportamento bem parecido com um bully. 

Video feito pelo Tiago Falótico mostrando os macacos-prego da Serra da Capivara atazanando alguns bugios. Essa era a interação mais comum nas 2 populações do nordeste estudadas.

Comparando as populações e grupos, foi verificado que grupos maiores e nas áreas mais secas/abertas são mais agressivos, mas que o tamanho corporal parece ser também um fator para o tipo de interação.

Quem quiser ler o artigo, aqui está o link da publicação: https://rdcu.be/cjZfi

Essa pesquisa foi feita por pesquisadores da NeoPrego e Universidade de São Paulo, com apoio da FAPESP e CNPq.

Referência: Falótico, T., Mendonça-Furtado, O., Fogaça, M. D., Tokuda, M., Ottoni, E. B., & Verderane, M. P. (2021). Wild robust capuchin monkey interactions with sympatric primates. Primates. https://doi.org/10.1007/s10329-021-00913-x

Cultura de uso de ferramentas por macacos-prego variou ao longo de 3 mil anos

Reproduzindo aqui a ótima repostagem sobre o trabalho da Arqueologia Primata, que acaba de publicar um artigo descrevendo ferramentas de até 3000 anos usadas pelos macacos-prego da Serra da Capivara.

Cultura de uso de ferramentas por macacos-prego variou ao longo de 3 mil anos

Macho adulto quebra castanha-de-caju, observado de perto por um jovem (primeiro plano) e uma fêmea (ao fundo)

Tiago Falótico / USP

Enquanto arqueólogos escavam o solo duro e seco da Caatinga no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, em busca de vestígios do passado, macacos-prego logo ao lado usam pedras para quebrar cocos, sementes e castanhas-de-caju. Provavelmente de modo semelhante ao que fazem há pelo menos 3 mil anos, como revela parceria entre pesquisadores da Inglaterra e do Brasil. “Eles vão se tornando um pouco primatólogos, enquanto nós viramos um pouco arqueólogos”, conta o biólogo Tiago Falótico, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), que coordenou as escavações mais recentes. Há seis anos ele e seu antigo supervisor Eduardo Ottoni, do Instituto de Psicologia da USP, trabalham em parceria com os arqueólogos britânicos Michael Haslam e Tomos Proffitt, do University College London, na investigação de como viviam os macacos. Descobriram que, assim como acontece hoje entre diferentes grupos de primatas, no passado a cultura de uso de ferramentas variou, como descreve artigo publicado nesta segunda (24/6) na revista Nature Ecology & Evolution. “É a primeira vez que se constata essa variação cultural em registros arqueológicos de primatas não humanos”, afirma Falótico.

Há alguns anos as escavações por lá revelaram que os macacos-prego da serra da Capivara (Sapajus libidinosus) já usavam pedras para quebrar castanhas-de-caju em tempos pré-colombianos. Chimpanzés, que desbancaram o uso de ferramentas como característica definidora dos seres humanos, já manejavam pedras há 4 mil anos de acordo com escavações na Costa do Marfim, na África. Mas lá não há sinais de que tenham alterado o comportamento.

Os macacos-prego são ricos em variações de comportamento, que alguns especialistas chamam de culturas. Há grupos que usam pedras, outros preferem gravetos. Depende do tipo de alimento disponível em cada área, mas também do que os jovens de cada população aprendem com os mais velhos. Da mesma maneira, à medida que foram escavando mais fundo – e regredindo no tempo – os pesquisadores encontraram variação. O material depositado entre 2.400 e 3 mil anos atrás revela o uso extenso de pedras pequenas, cheias de quebras causadas por impactos repetidos. Provavelmente eram usadas para processar alimentos menos duros do que castanhas-de-caju. “Hoje eles usam pedras semelhantes para quebrar sementes e frutos como os da maniçoba [Manihot pseudoglaziovii], uma planta da família da mandioca”, conta Falótico, que interpreta as marcas no material arqueológico com base no que os macacos fazem hoje. Infelizmente não foi possível detectar resíduos dos alimentos nas pedras encontradas, mas ele ainda não desistiu. “Outras áreas podem ter condições de preservação diferentes que um dia nos permitam identificar resíduos.”

Na fase seguinte, entre aproximadamente 565 e 640 anos atrás, conforme datação de fragmentos de carvão resultantes de queimadas e presentes no sedimento, os macacos ainda usavam pedras pequenas, mas já existiam mais bigornas – superfícies planas onde apoiam o alimento no momento da quebra. Mais recentemente, eles parecem ter começado a usar pedras maiores que permitem processar castanhas bem duras e disseminaram o uso de bigornas. Eles chegam a erguer acima da cabeça pedras de cerca de 3 quilogramas, semelhante ao próprio peso. Também usam pedras para cavar e paquerar, entre outras utilidades.

É impossível estabelecer os motivos dessa variação no registro arqueológico. Será que começavam a desenvolver as técnicas e aos poucos foram descobrindo que funcionava e explorando fontes alimentares antes inacessíveis? Ou grupos da mesma época já tinham costumes variáveis, transmitidos de uma geração para outra, e a escavação de outros sítios revelará uma diversidade cultural já nos tempos mais antigos? Ou, ainda, em certos momentos os alimentos disponíveis não exigiam maiores esforços? Todas são possibilidades plausíveis, embora a análise de amostras de pólen fossilizado revele que há 7 mil anos já havia cajueiros na região. Não significa, porém, que estivessem constantemente em todos os lugares, pode ter havido variação na abundância dessa árvore.

O trabalho – dos macacos no manejo das pedras e das pessoas que os estudam – continua, e Falótico divide seu tempo de trabalho de campo entre as escavações e a observação do comportamento atual. “Gosto mais de seguir os macacos do que de ficar agachado cavando”, confessa. Ele tem se concentrado em estudar os padrões das lascas obtidas pela quebra das pedras batidas umas contra as outras, que alguns anos atrás se mostraram indistinguíveis daquelas produzidas pelos homens das cavernas. A região, onde registros da ocupação humana podem estar entre os mais antigos do continente, ainda parece ter muito a revelar sobre as atividades de pessoas e macacos ao longo de milhares de anos.

“Pode haver sítios ainda não encontrados relacionados a primatas”, diz a arqueóloga Mercedes Okumura, do Instituto de Biociências da USP, que não tem conhecimento de outro sítio comparável em termos de documentação de arqueologia envolvendo tanto seres humanos como outros primatas. Ela é coautora de um artigo publicado em 2018 na revista Quaternaire que descreve a formação das camadas arqueológicas do boqueirão da Pedra Furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara, levando em conta as contribuições de pessoas e macacos (contou para isso com acesso aos dados do grupo de Falótico). Entre os achados das escavações é difícil dizer quem produziu as lascas mais simples, ela conta, mas atribui com segurança a seres humanos estruturas mais complexas de pedra lascada. Ela vê como frutífera a relação com os arqueólogos-primatólogos. “Me refiro realmente a uma via de mão dupla: quem faz arqueologia ‘humana’ pode aprender muito também ao estudar esses casos relacionados a outros primatas.”

Projetos

1. Uso de ferramentas por macacos-prego (Sapajus libidinosus) selvagens: ecologia, aprendizagem socialmente mediada e tradições comportamentais (nº 2014/04818-0); Modalidade Auxílio à Pesquisa — Temático; Pesquisador responsável Eduardo Benedicto Ottoni (USP); Investimento R$ 611.005,29.

2. Uso de ferramentas por macacos-prego: aprendizagem e tradição (nº 2013/05219-0); Modalidade Bolsa de pós-doutorado; Pesquisador responsável Eduardo Benedicto Ottoni (USP); Beneficiário Tiago Falótico; Investimento R$ 423.450,88.

Artigos científicos

FALÓTICO, T. et al. Three thousand years of wild capuchin stone tool use. Nature Ecology & Evolution. on-line. 26 jun. 2019.

PARENTI, F. et al. Genesis and taphonomy of the archaeological layers of Pedra Furada rock-shelter, Brazil. Quaternaire. v. 29, n. 3, p. 255-69. nov. 2018.

Republicar

Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

 

New publications | Novas publicações

The past two months have been busy for the Neoprego team. Several papers involving team members have been published in many important journals and we have participated on the Brazilian Primatology Conference.

Adult male capuchin monkey using a stone to dig for roots.
Adult male capuchin monkey using a stone to dig for roots.

On July the paper from Tiago Falótico about the digging tool use by Serra da Capivara capuchins was published on Scientific Reports.  This paper describes the digging stone tools used to access food items by two groups of capuchins on Serra da Capivara, a behavior that, so far, was only register in that population.

On September a conjoint paper from Tiago and Michele Verderane was published on Primates. This paper describes an amazing behavior of capuchin monkeys, that can both eat or threat snakes, depending on the level of danger posed by the snake. The monkeys threat and mob potentially dangerous snakes, but capture and eat harmless ones. It may be seems obvious, but no primate other than humans do that, usually presenting only the fear response when facing snakes.

Boa snake
Boa constrictor snake from Serra da Capivara National Park. Credit: T. Falótico

Still in September, Tiago and the PrimArch team published a review paper about Primate Archaeology, showing up the accomplishments of this new research area and future directions. This paper was published on Nature Ecology & Evolution.

Finally, Mariana Fogaça and Tiago had a wonderful participation on the Brazilian Primatology Congress, held at Pirenópolis-GO, presenting the latest developments of their research and joining interesting discussions.

Credit picture of monkey eating snake: Noemi Spagnoletti


[versão em português]

Os dois últimos meses tem sido agitados para os membros da Neoprego. Vários artigos envolvendo membros da ONG foram publicados em importantes revistas e nós participamos do Congresso Brasileiro de Primatologia 2017..

No final de Julho o artigo de Tiago Falótico sobre as ferramentas para escsavar usadas pelos macacos-prego da Serra da Capivara foi publicado na revista Scientific Reports.  Esse trabalho descreve as ferramentas de pedra usadas por dois grupos de macacos da Serra da Capivara para acessar alimentos, um comportamento que até o momento só foi registrado nessa população.

Em Setembro um artigo conjunto de Tiago e Michele Verderane foi publicado na revista Primates. Este trabalho descreve o incrível comportamento dos macacos-prego, que podem predar ou ameaças cobras, dependendo do nível de perigo que a cobra representa. Os macacos ameaçam e dão alarme a cobras potencialmente perigosas, mas capturam e comem as inofensivas. Isso pode parecer óbvio mas, além dos humanos, nenhum outro primata tem esse tipo de resposta, geralmente apresentando somente a resposta de medo ao encontrar serpentes.

Fig-1-Locations-and-examples-of-stone-tool-use-by-wild-non-human-primates-and-early

Ainda em Setembro, Tiago e o grupo PrimArch publicaram um artigo de revisão sobre a Arqueologia Primata, mostrando as realização dessa nova área de pesquisa e caminhos futuros. Este artigo foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution.

Congresso Primatologia 2017
Mari e Tiago no Congresso Brasileiro de Primatologia 2017

Por fim, Mariana Fogaça and Tiago tiveram uma maravilhosa participação no Congresso Brasileiro de Primatologia, realizado em Pirenópolis-GO, onde apresentaram os últimos resultados de suas pesquisas, fazendo contatos para parcerias futuras e participando de interessantes discussões.

Crédito da foto do macaco comendo a cobra: Noemi Spagnoletti